A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sábado, 12 de março de 2016

O BRASIL NAS RUAS, POR SEU FUTURO



ZERO HORA 12 de março de 2016 | N° 18471


EDITORIAL




Ninguém ignora que o país atravessa um momento triste de sua história. Os brasileiros estão revoltados, indignados e descrentes nos seus representantes políticos.

Considerando a gravidade do momento político, o Grupo RBS expõe neste editorial sua posição sobre as manifestações públicas programadas para este domingo em dezenas de cidades brasileiras. Em primeiro lugar, conclamamos autoridades e lideranças dos movimentos envolvidos para que adotem providências no sentido de que os atos sejam ordeiros e pacíficos, a fim de que todas as pessoas, independentemente de suas visões políticas e ideológicas, possam se expressar livremente e em segurança. Também dirigimos este apelo aos manifestantes, para que evitem provocações e revides, direcionando suas ações e suas demandas para os interesses maiores do país e para soluções que assegurem a construção de um futuro digno para as próximas gerações.

Ninguém ignora que o Brasil atravessa um momento triste de sua história. Uma crise econômica sem precedente, gerada por equívocos de um governo que ignorou os fundamentos da estabilidade alcançada com o Plano Real, e uma crise política inquietante, potencializada pela investigação do maior esquema de corrupção já descoberto no país, resultam num ambiente de desesperança e desânimo. Os brasileiros estão revoltados, indignados e descrentes nos seus representantes políticos. E parcela expressiva da população vê o impeachment da presidente da República como saída imediata do impasse em que o país se encontra.

Essas pessoas têm todo o direito de pedir o impedimento presidencial, que é um instituto legal e democrático previsto pela Constituição Federal. Da mesma forma, outros brasileiros devem ter o direito de discordar, ou por achar que não estão presentes todos os pressupostos para a aplicação da impactante medida, ou mesmo pela fidelidade ideológica ou interesseira aos atuais dirigentes do país. Todos têm que ser respeitados no direito de manifestar suas posições.

Só assim poderemos manter a fé e a confiança nas instituições democráticas, que estão sólidas e podem, sim, funcionar adequadamente em favor do país, como vêm demonstrando os integrantes da força-tarefa que promove a Operação Lava-Jato. Com Judiciário atuante, Ministério Público responsável, Polícia Federal eficiente, imprensa independente e sociedade mobilizada, o Brasil está instrumentalizado para melhorar a qualidade de seus dirigentes políticos, para corrigir as deformações e para construir um futuro mais promissor. Basta que cada brasileiro faça a sua parte com consciência cívica e humanidade.

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