A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

quarta-feira, 11 de março de 2015

DAS REDES SOCIAIS PARA AS RUAS

ZERO HORA 11/03/2015 | 04h07

por Cadu Caldas


Polarização política estimula manifestações contra e a favor do governo. Nesta quinta e domingo estão previstas ações de apoio e crítica à presidente. A CUT agendou marcha pró-Dilma para sexta-feira, mas o Planalto pediu o cancelamento para não estimular movimento contra no dia 15




Em evento da construção civil, em São Paulo, expositores e funcionários ligados ao setor vaiaram Dilma nesta quarta-feira Foto: CLAYTON DE SOUZA / ESTADÃO CONTEÚDO


A polarização política que tomou conta dos corredores de Brasília e das redes sociais nos últimos meses promete ganhar as ruas nos próximos dias com manifestações em apoio e protestos ao governo federal.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) havia agendado para a sexta-feira uma manifestação, chamada nos bastidores de "blinda Dilma", mas o governo federal pediu para cancelar o evento. O motivo seria evitar que a ida às ruas estimule a participação de contrários a Dilma no protesto previsto para o domingo. Em Porto Alegre, as manifestações de apoio à presidente serão quinta.



Cientistas políticos apontam que para concretizar o mesmo engajamento conquistado na internet, os movimentos – tanto à esquerda quanto à direita – precisam vencer as divergências internas. Animados com a adesão ao panelaço durante o pronunciamento da presidente, críticos ao governo organizam um protesto para o próximo dia 15 em todo o país. Entre os apoiadores há indignados com os escândalos de corrupção, descontentes com o rumo da economia, empresários adeptos da cartilha liberal, defensores do impeachment e até apoiadores de intervenção militar.

Organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), uma entidade que se autodenomina apartidária, o evento conta com suporte informal de empresários e partidos de oposição. A orientação é não levar bandeiras partidárias com a intenção de "não dar ao encontro um tom de comício", conforme o deputado tucano Jorge Pozzobom, que participará em Santa Maria.

Na Capital, o protesto é organizado por Ramiro Rosário, do MBL e primeiro suplente do PSDB na Câmara de Vereadores. O advogado espera uma grande mobilização, já que em rede social, o evento conta com 53 mil pessoas confirmadas.

Para cientistas políticos, a diversidade de bandeiras pode enfraquecer uma mobilização que tem se mostrado forte na internet.

– Uma pequena parcela que defende um golpe militar, por exemplo, afasta uma grande quantidade de pessoas descontentes com o governo. Na internet, eles dividem espaço harmoniosamente. Ao vivo, não. Isso pode estimular pessoas a ficarem em casa – afirma o sociólogo e cientista político Ricardo Costa de Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Para Antônio Flávio Testa, cientista político da Universidade de Brasília (UnB), o protesto agendado para domingo tem um caráter bastante diferente dos ocorridos em junho de 2013. O especialista ressalta que se naquela época a insatisfação era espontânea, agora revela uma movimentação partidária para desgastar o governo.

– Os problemas econômicos deram subsídios para o conflito político de hoje. A articulação desta vez é artificial e por isso mesmo tende a ser mais fugaz – avalia.

Divergências na esquerda também

Articulados como um contraponto ao protesto marcado para domingo, os atos em defesa do governo que ocorrerão quinta-feira, dividem centrais sindicais e movimentos sociais no Estado. Enquanto alguns defendem o Planalto, apesar de reclamar de medidas adotadas, outros miram Joaquim Levy e criticam duramente o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda.

– Decidimos fazer caminhos diferentes porque parte dos sindicatos está mais preocupada em blindar o governo do que pedir melhorias e lutar pelos direitos dos trabalhadores – diz Alberto Ledur, presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público.

Matheus Gomes, do Bloco de Lutas, define a passeata de quinta à tarde como uma opção mais à esquerda do atual governo.


As passeatas

Dia 12 Manifesto em apoio ao governo federal

Quem apoia
Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiras (CTB), Cpers (sindicato dos professores) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

O que defende
Apoio à Petrobras, defesa da democracia e do governo federal e pela reforma política

Cronograma
7h: ato em frente à refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas
10h: Largo Glênio Peres, na Capital, e depois segue em direção ao Palácio Piratini e Praça da Matriz, onde haverá pronunciamento de líderes sindicais e políticas

557 haviam confirmado presença pelo Facebook


Dia 12 Contra medidas de arrocho salarial

Quem apoia
Associação dos Servidores da UFRGS (Assufrgs), Bloco de Lutas, Diretório Central dos Estudantes da UFRGS (DCE), Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Sindicato dos Servidores do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Simpe), Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Sintrajufe) e oposição do Cpers (25 dos 42 núcleos do sindicato)

O que defende
Critica medidas de ajuste fiscal implementadas pelos governos Dilma, Sartori e Fortunati, mas é contra impeachment da presidente

Cronograma
9h30min: ato em frente à prefeitura da Capital
11h: em frente ao Palácio Piratini

289 pessoas haviam confirmado presença pelo Facebook



Dia 15 - Contra a corrupção e o governo federal

Quem apoia
Movimento Brasil Livre e conta com apoio informal de líderes empresariais e partidos de oposição

O que defende
Com pauta bastante abrangente, o Movimento Brasil Livre defende o impeachment da presidente Dilma

Cronograma

15h: no Parque Moinhos de Vento, na Capital, seguindo em caminhada em direção ao Parque da Redenção

53 mil haviam confirmado presença pelo Facebook

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