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sábado, 14 de março de 2015

CARA-PINTADA NO ATO CONTRA DILMA

ZERO HORA 14/03/2015 | 04h06

Cara-pintada volta à rua para ato contra Dilma. Passeata marcada para domingo à tarde em Porto Alegre, do Parcão à Redenção, terá percurso divulgado somente na largada. Denúncias de corrupção também estão no foco dos participantes

por Marcelo Monteiro




Lisiane, que foi cara-pintada em 1992, irá às ruas mais uma vez para defender a saída de um presidente Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS


A fonoaudióloga Lisiane Martins Collares, 43 anos, é uma das 56 mil pessoas que, no Facebook, confirmaram presença na manifestação pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, marcada para este domingo, em Porto Alegre. Mãe de três filhos, a porto-alegrense tem uma história de militância política desde a juventude: em 1992, aos 20 anos, ela foi um dos milhões de brasileiros que pintaram o rosto e saíram às ruas pedindo a saída do então presidente Fernando Collor de Melo.


Desta vez, embora Dilma não tenha sido diretamente implicada no escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, Lisiane defende o impeachment por considerar a presidente "comprometida" no caso, seja por culpa ou por omissão.

– Os protestos são por transparência, punição e afastamento de todo e qualquer político envolvido, independentemente de partido. Todos, inclusive a presidente e o ex-presidente que a antecedeu, estão comprometidos, assim como os demais coniventes e partícipes deste projeto que está acabando com o Brasil – diz Lisiane, que garante não ter qualquer filiação partidária.

No evento deste domingo, os manifestantes devem concentrar-se a partir das 14h, no Parque Moinhos de Vento. Às 16h, o grupo – estimado pelos organizadores entre 20 mil e 40 mil pessoas – seguirá em direção ao Parque da Redenção. Por questões de segurança, o trajeto só será divulgado no momento da saída dos manifestantes.

Lisiane, que chegou a levar os filhos – Pietro, nove anos, Letícia e Nicole, sete anos – a um dos protestos de junho de 2013, defende a apuração aprofundada das denúncias de corrupção em todas as estatais brasileiras, com a punição severa dos envolvidos, corruptores e corrompidos, independentemente de partidos, cargos e funções que ocupem. Entretanto, rejeita qualquer possibilidade de intervenção militar no país.

– Não sou a favor, em hipótese alguma. Estamos lutando justamente pelo impedimento da instauração de um modelo autoritário de poder. Por que defenderíamos outro? – rechaça.

Intervenção militar na pauta


Entre os manifestantes deste domingo, há quem defenda a interferência das Forças Armadas diante da crise política do país. Indignado com o fato de, por vezes, "não ter ataduras, gazes e outros materiais" necessários às cirurgias, o médico Firmo Krebs Neto, 50 anos, reclama dos investimentos feitos pelo Brasil no porto cubano de Mariel e apoia a ideia de "impeachment universal".

– Devíamos começar tudo do zero, com novas eleições. Gostaria que toda essa gente que está lá em cima agora saísse. Sobre os militares, não seria ditadura, mas intervenção. Não quero ditadura militar, mas sou a favor de o Exército e a Polícia Federal fazerem a segurança do país – conclui.

BM reforçará policiamento
Em razão do temor de conflitos entre opositores e defensores do governo, a Brigada Militar deve reforçar o contingente que acompanhará a manifestação. Na manhã deste domingo, simpatizantes de Dilma farão um protesto irônico, assando e vendendo coxinhas – termo pelo qual se referem, jocosamente, aos opositores –, justamente no Parque da Redenção, local onde se encerrará o ato anti-

Dilma. Sem mencionar números, o comandante do policiamento da Capital, coronel Mário Ikeda, afirma que o contingente policial será "o suficiente para garantir a segurança de todos" e que não haverá tolerância com vandalismo.

Em São Paulo, a polícia reforçará o efetivo para a manifestação marcada para a Avenida Paulista. O jogo entre Palmeiras e XV de Piracicaba foi antecipado para as 11h por medida de segurança.

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