A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

O BRASIL TEM JEITO?



ZERO HORA 01 de fevereiro de 2015 | N° 18060


INFORME ESPECIAL | Fábio Prikladnicki - INTERINO


TEM JEITO?




Nunca antes na história, reclamou-se tanto do país nas redes sociais. Facebook e Twitter refletem um sentimento de impotência de parte significativa da população. São pessoas que trabalham duro para viver e que estão, cada vez mais, insatisfeitas com nossos representantes no poder. Um pouco mais à direita, um pouco mais à esquerda, tanto faz. Tudo isso leva ao velho chavão de que o Brasil não tem jeito. Será?

Esse sentimento de impotência está proeminente nestas primeiras semanas de 2015 porque estamos vendo saírem do armário os esqueletos que foram trancafiados a sete chaves até o ano passado para não prejudicar as eleições. O sentimento, claro, é de termos sido enganados.

Racionamento de luz e água. Impostos aumentando. A inflação ali, à espreita. E quem paga a conta, como sempre, é a população. Aqui no Estado, os três poderes tiveram reajustes de salário. O ato elogiável do governador e do vice em recusarem depois seus próprios aumentos não ameniza muito o rombo nas contas públicas e a conclusão de que os privilégios do poder estão imunes à crise. Enquanto isso, seguimos constatando, com frustração, o preço dos alimentos, da gasolina, dos aluguéis.

A vontade é de sair às ruas para protestar. Mas, quando ocorrem manifestações pacíficas para reivindicar direitos, uma parcela da população – a mesma que sofre com os desmandos – classifica os ativistas de vândalos. Está cada vez mais difícil entender esse tempo em que vivemos.

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