A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

domingo, 1 de setembro de 2013

O TESTE DE SETEMBRO


ZERO HORA 01 de setembro de 2013 | N° 17540


EDITORIAL INTERATIVO


Depois de uma trégua na maioria dos Estados do Brasil, em boa parte forçada pelos excessos reiterados de uma minoria violenta, manifestantes com atuação hoje mais restrita a São Paulo e Rio de Janeiro prometem uma série de ações na maior parte do país na Semana da Pátria. A programação de protestos culminaria no sábado, quando o país comemora o 191º aniversário da proclamação da Independência. Feriado nacional, o 7 de Setembro tem servido para que se discuta o significado da emergência do Brasil como Estado-nação no âmbito do continente americano. Por mais que as circunstâncias históricas façam a data parecer a culminância de um arranjo da própria Coroa portuguesa, haja vista o protagonismo do então príncipe regente dom Pedro I no gesto, não se pode negar que o desejo de independência tem raízes fundas na história da pátria e demandou o heroico sacrifício de muitos brasileiros antes de 1822. Depois do Grito do Ipiranga, houve luta renhida com forças portuguesas e aliadas para fazer valer a soberania nacional, especialmente no Nordeste. É por isso que o 7 de Setembro é, de longe, a mais popular das datas nacionais, sobressaindo em relação ao 15 de Novembro e a outras quadras.

Em qualquer quadrante, datas nacionais motivam manifestações políticas a par de solenidades e desfiles oficiais, e não haveria por que ser diferente com o Dia da Pátria. Protestos de rua fazem parte do cotidiano de qualquer democracia, como acabamos de ver nesta semana na passagem dos 50 anos da Marcha sobre Washington, memorável jornada encabeçada pelo Prêmio Nobel da Paz Martin Luther King que foi lembrada por nada menos do que um presidente e dois ex-presidentes americanos. Isso não pode dar margem, porém, para que grupos minoritários e sem maiores compromissos com o respeito à livre expressão do pensamento e à legislação vigente se julguem no direito de destruir patrimônio público e privado, enfrentar policiais e atemorizar a população. Nos últimos meses, vimos personagens surgidos da sombra com o rosto coberto promoverem cenas de barbárie nas ruas das maiores cidades brasileiras. Não é necessário lembrar que Tiradentes, Frei Caneca, Cipriano Barata e outros brasileiros que advogavam causas justas o faziam sem a cobertura de máscaras ou panos e não temeram arcar com as consequências de seus atos, deveras mais duras do que as reservadas aos atuais fora da lei. Intolerável é que, em nome de direitos e garantias, indivíduos imponham o primado do medo aos brasileiros comuns que dizem defender.

Válida em qualquer momento, a premissa do respeito aos direitos e opiniões do outro é particularmente importante numa data como o 7 de Setembro. Se a intenção é manifestar descontentamento com as respostas fornecidas até agora pelas instituições às demandas da opinião pública, nem a data maior da nação brasileira é o momento nem a violência é o método adequado. Que o Dia da Pátria transcorra com ordem e tranquilidade, resguardado o direito à manifestação e mesmo ao protesto pacífico e não violento.

2 comentários:

♥♥May♥♥ disse...

Olá teria como você nos ajudar e criar outros protestos nós precisamos de ajuda mais pessoas queremos mudar este país.Cuide os jornais por que o que faremos o brasil todo saberá

♥♥May♥♥ disse...

Olá teria como você nos ajudar e criar outros protestos nós precisamos de ajuda mais pessoas queremos mudar este país.Cuide os jornais por que o que faremos o brasil todo saberá