A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

NO BRASIL, BAIXA ADESÃO

Rio


ZERO HORA 12 de julho de 2013 | N° 17489

BAIXA ADESÃO


Atos em ruas e estradas do país

Manifestações em centenas de cidades e bloqueios de rodovias foram registrados em pelo menos 23 Estados



Paralisações em fábricas, comércio e bancos, bloqueios de estradas e manifestações nas ruas de centenas de cidades marcaram o Dia Nacional de Lutas no país. Em pelo menos 23 Estados ocorreram atos organizados por sindicatos e movimentos sociais, que reuniram número menor de pessoas do que as mobilizações do mês de junho. Os principais transtornos foram nas estradas, com bloqueio do tráfego em dezenas de pontos, em alguns deles por várias horas.

A exemplo de Porto Alegre, o impacto foi maior nas cidades nas quais o transporte público deixou de funcionar, como Belo Horizonte e Manaus. Os protestos ocorreram de forma pacífica em grande número de capitais, mas houve enfrentamento entre a polícia e manifestantes no Rio de Janeiro e em Florianópolis.

Na capital fluminense, um grupo conhecido como Black Blocs, reunindo cerca de 300 pessoas, entrou em confronto com a polícia militar. Eles provocaram os PMs que acompanhavam a passeata organizada pelas centrais sindicais na Avenida Rio Branco, na altura do Teatro Municipal. A polícia jogou bombas de efeito moral no grupo, que revidou com morteiros, fogos de artifício e coquetéis molotov. O grupo quebrou os vidros da fachada de uma agência bancária e danificou caixas eletrônicos de outro banco.

Quatro focos de incêndio foram registrados na região. Houve correria e os organizadores encerraram o ato, que seguiu da Candelária à Cinelândia. Para controlar os confrontos, a PM usou blindados e caminhão-pipa para jogar jatos d’água. No início da noite, o número de pessoas detidas chegava a 10. Os manifestantes também protestaram no Palácio Guanabara, sede do governo estadual.

Mais cedo, uma confusão envolvendo o mesmo grupo já havia ocorrido antes da manifestação começar, por volta das 17h. Além disso, um conflito se iniciou após a prisão de um jovem suspeito de estar com maconha que resistiu à abordagem da polícia, foi derrubado e arrastado pelo chão. Policiais e o jovem foram cercados por outros manifestantes, que lançaram pedras e panfletos. Um policial foi atingido. Para controlar o tumulto, foram lançadas três bombas de gás e também foi usado aerossol de pimenta. A passeata reuniu cerca de 5 mil pessoas pelas ruas da região central do Rio de Janeiro.


Florianópolis

O Movimento Passe Livre incentivou os usuários de ônibus a pularem as catracas do terminal do Centro no final da tarde. Houve conflito com a polícia militar e duas pessoas foram presas e liberadas após prestar depoimento. Um grupo de manifestantes se dirigiu até a delegacia de polícia para pressionar pela liberação dos detidos. Os ônibus não circularam por duas horas durante a tarde na capital catarinense.

São Paulo

Cerca de 7 mil manifestantes fecharam os dois sentidos da Avenida Paulista no início da tarde e, depois, saíram em passeata em direção à área central. Ônibus e metrô funcionaram normalmente, mas tiveram baixa ocupação. Pela manhã, o trânsito ficou bem abaixo da média na capital. Ao meio-dia, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a cidade registrou 15 quilômetros de congestionamento. A média no horário para as quintas-feiras de julho é de 70 quilômetros.

Brasília

Um grupo de manifestantes protestou em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Eles se reuniram no Museu Nacional e, pouco depois das 16h, fizeram uma passeata pela Esplanada dos Ministérios.

Belo Horizonte

Pela manhã, representantes da Assembleia Legislativa mineira receberam líderes de entidades e se comprometeram a identificar e tentar pôr em votação projetos que fazem parte da pauta de reivindicações. Cerca de 6 mil manifestantes ocuparam algumas das principais vias de Belo Horizonte. Pela manhã, o dia prometia ser tumultuado no município. Ônibus e metrô não funcionaram. Parte do comércio ficou fechada durante a manhã, assim como os bancos. No início da tarde, porém, apenas o metrô e os bancos do Centro permaneciam sem funcionar.

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