A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

FUTURO DOS PROTESTOS EM DEBATE


ZERO HORA 01 de julho de 2013 | N° 17478

HORA DO BALANÇO


Reunião marcada para hoje pelo grupo Bloco de Luta pelo Transporte Público, às 18h30min, tem como objetivo avaliar as marchas já realizadas. O encontro será no Largo Zumbi dos Palmares.

Manifestantes que transformaram os protestos do mês de junho em um importante capítulo da história brasileira dão início à agenda de julho com debates sobre o futuro do movimento em Porto Alegre.

Assembleias programadas para hoje e quarta-feira serão essenciais para a definição do que virá a seguir.

O Bloco de Luta pelo Transporte Público, um dos principais organizadores de marchas no Rio Grande do Sul, convocou reunião para hoje, às 18h30min, no Largo Zumbi dos Palmares. O objetivo é avaliar os atos realizados até agora, identificar os avanços e discutir as iniciativas subsequentes. Na quarta-feira, estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estarão reunidos em mais uma assembleia convocada pelo Diretório Central de Estudantes (DCE), na Faculdade de Educação, com pauta semelhante.

– É hora de sentar um pouco, com a população, e conversar sobre os próximos passos. Debater política e os rumos do movimento – explica Lucas Maróstica, integrante do bloco.

A reunião do Bloco de Luta insere uma pausa no cronograma de protestos, realizados geralmente nas segundas e quintas-feiras. No Facebook, membros do grupo, que congrega militantes de esquerda, estudantes e organizações apartidárias, dividiram-se durante o final de semana: havia os apoiadores da assembleia, justificando que a discussão fortalecerá as mobilizações, e os contrários ao evento, sob a alegação de que poderá haver uma dispersão, desconectando Porto Alegre dos demais Estados. “Por que assembleia se o resto do país estará se manifestando?”, questionou o estudante de Matemática Odair Gomes, provocando 218 comentários. “Por que não assembleia?”, “Organização é o mínimo”, “Quermesse de novo NÃO. O que temos dos governantes são promessas. Vamos comemorar quando tivermos algo real e concreto” e “Tá muito ato em cima de ato, acho que uma reflexão é bom também” surgiram entre os argumentos postados.

Lucas Fogaça, da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (Anel), divide-se entre as provas de final de semestre do curso de Letras na UFRGS e uma série de atividades nos próximos dias. Um dos compromissos é o Ocupa Busão, na quarta-feira, momento em que membros da entidade abordarão passageiros, motoristas e cobradores para alertar para a importância da implantação do passe livre. Fogaça aposta na diversificação das expressões de insatisfação para que a tomada das ruas continue garantindo a atenção das autoridades e angariando adeptos.

– O que aconteceu na Praça da Matriz (na última quinta-feira) tinha um pouco essa proposta. Temos que reinventar, procurar novas formas. Os estudantes chilenos, talvez os que mais lutam na América Latina, já fizeram um beijaço – exemplifica o universitário.

Brigada pronta para evitar vandalismo

A possibilidade de um novo protesto, hoje, mobiliza as forças de segurança e deixa apreensiva a comunidade do bairro Cidade Baixa.

A Brigada Militar garante estar preparada para evitar mais quebra-quebra na região, enquanto comerciantes e moradores, que se armaram com paus, facões e barras de ferro para enfrentar vândalos na última quinta-feira, prometem agir, caso ocorra um novo arrastão.

– A cada evento, a BM vai se aprimorando. Estamos tentando melhorar para atender esta comunidade – garante o subcomandante-geral da BM, coronel Silanus Melo.

A BM vai reforçar o policiamento no bairro como fez no entorno da Avenida Azenha, após lojas da região terem sido, por duas vezes seguidas, alvos de depredações e saques.

Mesmo sem a certeza de mais uma manifestação, e temendo falta de segurança, mensagens de convocação dos resistentes do Cidade Baixa são postadas nas redes sociais. Uma delas foi enviada pelo eletricista Frederico de Souza Lamachia via Facebook.

– Se tiver algum protesto, vamos nos reunir na Travessa do Carmo para tentar fazer um bloqueio ali. Em função de não ter policiamento, a gente precisa defender o que é nosso – diz o comerciante Edson Feldmann.

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