A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

HORA DE DEPURAR


ZERO HORA 28 de junho de 2013 | N° 17475

EDITORIAIS


Parece não haver dúvida de que a população brasileira está acordando no sentido de exigir seus direitos, mas em meio à multidão também emergem causas corporativas, particulares e estranhas aos interesses coletivos da sociedade. Governantes, representantes parlamentares, autoridades e mesmo grupos privados sentem-se naturalmente pressionados a ouvir e atender ao clamor das ruas. Porém, mesmo no ambiente conturbado em que estamos vivendo, é impositivo separar a justiça do oportunismo. Protestar contra tudo e todos não leva a nada e abre espaço para a anarquia. Não é, certamente, isso o que a nação deseja. Portanto, está mais do que na hora de se estabelecer uma agenda sensata de objetivos, tanto por parte de quem reivindica quanto pelos detentores de representação popular.

Respostas semelhantes às que estão sendo dadas pelos poderes constituídos sob pressão também precisam ser apresentadas por setores privados que se relacionam com o público. Os cidadãos que protestam nas ruas dizem inequivocamente que querem ser respeitados, que exigem ser tratados com honestidade, que desejam agora e no futuro um sociedade mais justa para todos. Certamente a responsabilidade maior é da administração pública, que existe para servir o contribuinte que a sustenta com seus impostos. Mas nenhum setor da sociedade pode se considerar livre da insatisfação popular.

Embora as primeiras demandas já estejam sendo atendidas, há muito ainda para fazer. Tanta preocupação das instituições em demonstrar eficiência nessa primeira reação às ruas já pode ser considerada uma vitória da sociedade. Ainda assim, esse é só o início do que precisa se confirmar como uma transformação. E é importante que, de imediato, seja definida uma agenda clara das reais demandas do país, para que possam ser atendidas com a urgência cobrada nas ruas, mas sem atropelos.

Nenhum comentário: