A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

ENFRENTAMENTO, BOMBAS E PEDRAS


ZERO HORA 25 de junho de 2013 | N° 17472

PORTO ALEGRE - ATO 4 - O CONFRONTO


Depois de cenas de vandalismo nos bairros Cidade Baixa e Centro Histórico, manifestantes e a tropa de choque da Brigada Militar travaram uma batalha nas proximidades da Esquina Democrática e do Mercado Público. Fachadas de prédios foram alvo de depredação, e lojas acabaram saqueadas. A região foi a mais conflagrada na noite de protestos em Porto Alegre

Ruas do Centro Histórico se converteram em palcos de batalha, na noite de ontem, em razão de intensos e repetidos enfrentamentos entre manifestantes e policiais militares. As forças de segurança não economizaram em bombas de gás lacrimogêneo, enquanto grupos radicais se valeram de pedras, porretes e coquetéis molotov.

Os primeiros conflitos eclodiram em torno das 20h, na confluência da Borges de Medeiros com a Salgado Filho. Ativistas que marchavam pacificamente tentavam deter minorias violentas, que preferiam o saque e a destruição. Até conseguiram proteger uma loja da Paquetá, que teve a entrada arrombada por baderneiros. Os prédios da CEEE e do Tudo Fácil também foram atacados. A situação escapou ao controle. Foi a partir daí que a Brigada Militar reprimiu severamente, para conter os saques. Houve confronto na Esquina Democrática. PMs lançaram bombas de gás e teriam disparado tiros de borracha, enquanto paus e pedras voavam em todas as direções. Com a BM formando um cordão de isolamento na Borges, os manifestantes se dividiram em grupos.

Quando o clima parecia acalmar, surgiam novos focos de tensão. Por volta das 21h, enquanto a tropa de choque avançava, um grupo de ativistas sentou-se no chão, na Borges, próximo à Salgado Filho. O gesto era pacífico, mas alguns se levantaram e foram em direção aos policiais, postando-se a um metro de distância.

A tensão instalou-se. Policiais pediram que os manifestantes recuassem. Diante do impasse, arrojaram cerca de 10 bombas de gás lacrimogêneo. Perto dali, na escadaria da Borges, o adolescente Leandro Andreo, 14 anos, de Canoas, queixava-se de ferimentos. Estreando em manifestações, disse que foi atingido por duas balas de borracha – uma no tornozelo, na perna direita, outra na altura do joelho, na perna esquerda.

Os confrontos cresceram à medida em que os saques se repetiam. A Rua José do Patrocínio, na Cidade Baixa, também se transformou em praça de guerra. Minorias exaltadas montaram barricadas com contêineres incendiados e placas da sinalização de trânsito. No caminho, depredaram agências da Caixa e do Itaú. Agências ainda foram destruídas na João Pessoa e na Venâncio Aires. No Centro, mais saques e devastação. Dez vândalos foram presos roubando a Lojas Colombo, na Doutor Flores. Foram apanhados quando tentavam fugir com TVs e outros objetos. Uma farmácia popular, uma loja de telefones celulares e outra de perfumes também foram atacadas.

Uma equipe da TV Pampa teve o material roubado. Por volta das 22h30min, um cinegrafista da emissora registrava imagens do grupo que depredava a agência do Itaú, na José do Patrocínio, quando foi cercado por cinco pessoas, que teriam exigido o cartão de memória da câmera.



 


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