A mobilização social é um vigoroso instrumento de defesa de direitos e poderoso para pressionar os Poderes no exercício de seus deveres, obrigações, finalidade pública, observância da supremacia do interesse público, zelo dos recursos públicos e gestão voltada à qualidade de vida do povo. Não existe um futuro promissor para uma nação de cidadãos servis e acomodados que entrega o poder aos legisladores permissivos, a uma justiça leniente e aos governantes negligentes, perdulários e ambiciosos que cobram impostos abusivos, desperdiçam dinheiro público, sonegam saúde, submetem a educação, estimulam a violência, tratam o povo com descaso e favorecem a impunidade dos criminosos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ANTICORRUPÇÃO - INDIGNAÇÃO VIA WEB GANHA AS RUAS


Na segunda grande mobilização pela internet no ano, movimento mostra fôlego ao atingir 16 capitais e reunir milhares no DF - ZERO HORA 13/10/2011

Munidas de vassouras, pizzas e máscaras de personagens políticos e históricos, milhares de pessoas aproveitaram o feriado para participar de atos contra a corrupção em pelo menos 16 capitais. Organizados principalmente por redes sociais, sem apoio de sindicatos e partidos, os protestos indicam o novo papel da internet nas mobilizações políticas.

Na maior parte dos atos, os grupos se classificavam como apartidários. Em Brasília, militantes de partidos foram vaiados. Em São Paulo, o senador Eduardo Suplicy (PT) tentou falar em um carro de som, mas foi impedido. Os brasileiros clamaram pelo fim do voto secreto no Congresso, pela aplicação da Lei da Ficha Limpa e pela transformação da corrupção em crime hediondo.

Na Capital Federal, milhares de pessoas marcharam em direção à Praça dos Três Poderes. Nas outras 15 capitais, a adesão foi menor. Ainda assim, o segundo teste da mobilização virtual no Brasil demonstrou fôlego em relação aos protestos de 7 de setembro.

Algumas figuras foram alvo de críticas nominais: são os casos do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do deputado cassado José Dirceu (PT-SP), que saiu do governo Lula após o escândalo do mensalão. Já a presidente Dilma Rousseff foi cobrada por uma “faxina ampla e irrestrita”.

Os protestos empolgaram o presidente da OAB, Ophir Cavalcante. Ele começa hoje a articular uma série de reuniões para dar sequência ao movimento. Pedirá audiência no Supremo para tratar do julgamento da constitucionalidade da Ficha Limpa e na Câmara para defender o fim do voto secreto dos deputados. A Conferência da Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também deu apoio às manifestações.

A mobilização teve características diferentes em cada ponto do país. Manifestantes levaram vassouras para a orla de Copacabana, no Rio. Em São Paulo, marcharam pela Avenida Paulista.

Na avaliação do professor da Universidade Federal do ABC, Sérgio Amadeu, existe uma tendência acontecendo em todo o mundo, na esteira de acontecimentos como Primavera Árabe e manifestações nos Estados Unidos contra Wall Street.

– A pauta brasileira segue uma lógica um pouco mais restrita, mas é uma tendência as pessoas utilizarem a internet para mobilizar outras que pensam como elas. Isso seria muito difícil sem a internet – avalia o doutor em Ciência Política, autor do livro Exclusão Digital: a Miséria na Era da Informação.

PORTO ALEGRE/RS - Capital prepara ato no sábado

Na Capital, os protestos contra a corrupção estão previstos para sábado. Ontem, um pequeno grupo distribuiu panfletos no Parque Farroupilha e debateu a agenda para a mobilização do fim de semana. A proposta do grupo, que congrega pessoas que se uniram pela internet e entidades como a OAB, é fazer concentração no Monumento do Expedicionário, com caminhada até a praça da Matriz e vigília em frente ao Piratini.

– É um movimento popular que começa a crescer – declarou um dos participantes, o presidente da OAB de São Leopoldo, João Cláudio da Silva.



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